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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

31.10.24

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Trago-vos uma sugestão de leitura para esta época tão característica e adolescente. Voltada para tudo o que é assustador, esta história tem ingredientes que nos levam à nossa infância e nos trazem memórias de avós, daqueles Outonos frios e chuvosos preenchidos por leituras que se prolongavam até altas horas sem que os pais soubessem, por filmes de terror, e por doces e travessuras.

Sejam felizes e aproveitem todas as festas e celebrações que conseguirem. Nós por cá, aproveitamos todas as tradições, mesmo que não sejam portuguesas. Não temos qualquer problema em dizer que importámos o Halloween e o Thanksgiving.

Tudo serve para celebrar e estarmos juntos.


Miguel Mósca Nunes

30.10.24

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Esta carta, que pertence ao famoso baralho de Rider Waite Smith, é uma das minhas preferidas. Uma carta de começo e libertação, é a primeira, com o número zero, que representa o vazio à espera de ser preenchido. Se a soubermos ler num lançamento, pode ser preciosa em termos de orientação.

O Louco simboliza começo, início. Simboliza também inocência, um salto para o desconhecido, um salto de fé (leap of faith), sem preparação propriamente dita e sem se saber, efectivamente, o que se pode encontrar como resultado da nossa acção ou iniciativa. Pode significar irresponsabilidade, imaturidade, impreparação, mas não significa necessariamente fracasso, porque apesar de tudo isso, poderá trazer bons resultados. Trata-se de arriscar ouvindo alguns conselhos ou avisos ponderados, para que não o façamos de forma totalmente inconsciente, sem noção dos perigos.

Por outro lado, pode significar que devemos deixar para trás tudo o que nos prende ou condiciona, que nos empata, uma libertação dos constrangimentos do passado, isto é, pode querer dizer que devemos largar os nossos medos, as nossas dúvidas, para que possamos escolher novos rumos. Pessoas que estão sempre a criticar negativamente tudo o que fazemos e a dizer que não teremos sucesso não são uma boa influência.

O Louco está sozinho na sua jornada, e deverá libertar-se para conseguir ver e aproveitar as novidades que possam concretizar-se, fruto da sua iniciativa.

Em termos de saúde, poderá estar em causa tanto o psicólogo como o físico e poderá estar a ser negligenciada.

 


Miguel Mósca Nunes

27.10.24

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Estamos rodeados de néscios, e este comentário, um dos muitos anónimos que podem ler nas minhas publicações, é mais um exemplo de manifestação da imbecilidade que leva alguém a dar-se à alarvidade cobarde de comentar desta forma aquilo que vou escrevendo por aqui...

E... tem sido tão divertido!

Claro que não podia deixar de partilhar com o meu escasso grupo de leitores mais esta pérola, de tão hilariante que tem sido.

Alguém que, sucessivamente, comenta o meu blog de forma muito pouco simpática, criticando depreciativamente quase tudo o que escrevo, leva-me às lágrimas de tanto rir!
Presumo que se vire do avesso de raiva, sobretudo porque não correspondo ao ódio que destila.
É muito curioso que alguém como eu seja alvo desta criatura triste, porque não há grandes motivos... não sou famoso, não prejudico ninguém, não tenho fortuna, vivo do meu trabalho e esforço...

Já estão a imaginar a ávida criatura, em ânsias, a encharcar-se de ansioliticos, à espera de um novo post? Ou a pendurar-se numa árvore, de binóculos, a controlar todos os meus passos... para não falar do estado das respectivas glândulas...

Espero,  sinceramente, que continue. De um lado, ataques de riso incontroláveis, do outro, ataques de nervos quase suicidas.

😂🤣😅😂😂🤣😂🤣


Miguel Mósca Nunes

27.10.24

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Vivemos uma era, que já conta com 50 anos, do que começou por ser uma democracia pendurada no Conselho da Revolução, que não deixava que o país avançasse, mas que depois passou a ser uma democracia de fachada, para alimentar uma corrupção insidiosa e corrosiva, delapiladora do património e desperdiçadora dos recursos.

Não vamos longe, porque olhamos para a esquerda e para a direita e não nos apetece atravessar a estrada - sabemos que acabaremos atropelados.


Miguel Mósca Nunes

26.10.24

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A melhor época do ano está a chegar. É, sobretudo, mais uma oportunidade para celebrar o Amor.

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes, in 'Antologia Poética'

 


Miguel Mósca Nunes

26.10.24

 

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António Guterres é uma fraude, mais um medíocre a quem foi dado um papel importante e fundamental para o equilíbrio da ordem e estabilidade internacionais, que deveria pautar a sua atuação segundo a Carta das Nações Unidas, obedecendo aos princípios de independência e imparcialidade, mas que fracassou vergonhosamente na sua missão. Lamentável esta postura de vassalagem a Putin, depois das atitudes adoptadas perante Israel.
Mais um português que é uma vergonha para Portugal.


Miguel Mósca Nunes

24.10.24

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O Marco Paulo era a Voz, mas era muito mais do que isso. No único contacto que tivemos, foi um querido, amável e interessado no que lhe tínhamos para dizer. Por detrás das câmaras era o Marco, interessado pelo outro, em ouvir o outro, em olhar para o outro. E tinha, por acaso, um vozeirão de arrepiar.

Estávamos no intervalo, à espera para actuar, no seu jardim, onde decorriam as gravações do “Alô Marco Paulo”, um pouco afastados daquele pequeno palco de madeira e, de repente, ouvimo-lo cantar. Sim, o Marco Paulo, a canta a capella, sem microfone, a brindar aquelas trinta e poucas pessoas que estavam a assistir ao programa, o chamado “público”, com uma voz que não parecia sair dele, dada a projecção e potência. Nós estávamos mais afastados, a cerca de trinta metros, mas era como se estivessemos ao seu lado. “Rita, é o Marco Paulo que está a cantar!”.

Passados uns longos e ansiosos minutos gravámos o que lá fomos cantar. Cantar para o público ali presente e para a audiência do programa, mas, sobretudo, para ele. E esta certeza vem do que ouvimos a seguir, quando nos entrevistou, e no que nos disse depois, quando as câmaras não estavam a gravar. Volto a dizer, foi um querido, e deu-nos a imagem do que é ser um grande artista: humilde, simples, amável… boa pessoa.

Uma boa pessoa que, por acaso, tinha a melhor voz masculina que Portugal alguma vez ouviu.


Miguel Mósca Nunes

16.10.24

Fui a correr bater à porta da D. Emília, aflita, para lhe dizer que o Sr. Padre tinha falecido. Abriu a porta, perguntou "o que se passa, rapariga?" e ajoelhou-se assim que ouviu aquelas palavras duras e definitivas. Emília adorava o padre, idolatrava-o, amava-o.

Sempre que era possivel beijavam-se e tocavam-se, na sacristia, dentro da pequena casa-de-banho ou mesmo no meio da sala, normalmente encostados à maciça secretária. Quando não estava mais ninguém na igreja, nenhum acólito, religiosa ou devoto, entregavam-se um ao outro. Perdiam-se um no outro. Juravam que seria para sempre. E foi.

Nunca ninguém descobriu, sequer desconfiou. Houve um dia em que a coisa esteve quase às claras, numa tarde de chuva intensa, sem missa das dezoito, sem previsão de visitas. A sacristia tinha um tapete de arraiolos, que serviu de cama para um desvario incontrolável. Quando terminaram, ficaram deitados à conversa... ouviram uns passos que trouxeram a clara noção de que não tinham fechado a porta. Ele levantou-se à velocidade do som e foi mesmo a tempo de conter a chata da Cremilde, que gostava mais de estar entretida a acender velas e a contar o dinheiro do ofertório do que em casa a aturar o marido, de quem sentia nojo. Ela ainda entreabriu a porta mas nada viu. Estava mais preocupada com os fósforos que procurava e assustou-se com aquele empurrão que não sabia de onde vinha. "Senhor Padre! Senhor Padre?!", chamava, em pânico. Como não havia resposta, começou a ficar convencida de que quem tinha fechado a porta não era deste mundo e saiu da igreja a correr.

Trinta anos depois, sem querer saber da opinião alheia, chorava o seu amor, numa tarde de chuva intensa. Segurou na mão gelada do seu amado Luís, que ali deitado não era da Igreja... era seu. Beijou-o na boca e percebeu que ele já não estava naquele corpo. Não deu conta dos esgares de espanto das escandalizadas carpideiras e saiu da câmara ardente, para se atirar para a Formosa.

 

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