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A Barraca leva à cena a peça comemorativa dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões.
"Um espectáculo do género histórico/poético, não pode transportar cargas poeirentas e ultrapassadas.
Homenagear os clássicos é modernizá-los e torná-los acessíveis ao público dos nossos dias. É nessa dificuldade que consiste o prazer de conseguir demonstrar que as histórias antigas têm a ver com o sempre constante e irregular comportamento humano.
Camões é um dos símbolos mais importantes do nosso século de oiro, o século XVI. E é um testemunho vivo do intelectual moderno e progressista na linha de Erasmo e Tomas More, seus contemporâneos. Através dos séculos foi sempre referido como um patriota pelos liberais e Republicanos, e também utilizado pela famílias mais reaccionárias (descendentes dos mesmos que sempre o perseguiram e lhe negaram qualquer apoio e protecção económica).
Por isso, era necessário fazer uma “operação de limpeza” ao nosso Camões e mostrá-lo em toda a sua grandeza e independência. Para exemplo aos jovens e intelectuais dos nossos dias.
Não é minha intenção propor um novo olhar para o ícone Camões e para o período das grandes navegações portuguesas, mas é preciso conhecer todas as realidades que eram sonegadas e ocultadas. Na linha de Gil Vicente, Fernão Mendes Pinto, Damião de Góis e Chiado que denunciaram nessa mesma época que esse período áureo se devia ao trabalho de cientistas e ao povo que era arrastado para as naus. E que Descobrimento foi frequentemente sinónimo de roubo e massacres a nível Universal. A História não se pode corrigir, mas eu só posso gostar do meu país ( ou de qualquer outro) se conhecer os lados positivos e os condenáveis.
Mas, também muito importante e interessante, é pensar que esse importante texto épico – além de oferecer aos navegadores portugueses o Amor como prémio na Ilha dos Amores, também é a grande aventura da língua portuguesa."
Hélder Mateus da Costa
Ficha artística e técnica
Espectáculo Hélder Mateus da Costa e Maria do Céu Guerra
Assistência de encenação Gil Filipe
Elenco Adérito Lopes, Beatriz Dinis e Silva, Érica Galiza, Gil Filipe, Luís Ilunga, Manuel Petiz, Maria Baltazar, Maria do Céu Guerra, Rita Mendes Nunes, Samuel Moura, Sérgio Moras, Teresa Mello Sampayo, e Vasco Lello
Produção Inês Costa
Apoio à produção Gil Filipe, Manuel Petiz, e Teresa Mello Sampayo
Direcção musical e música original Maestro António Victorino d’Almeida
Cenografia A Barraca
Concepção de vídeo André Letria
Desenho de luz Vasco Letria
Operação de luz Ruy Santos
Operação de som e vídeo João Pecegueiro
Guarda-Roupa Mestre Alda Cabrita
Adereços Tina Simões
Design gráfico Inês Costa
Fotografia Ricardo Rodrigues
Nota: Consultar programação no site da companhia e nas plataformas de venda de bilhetes de espectáculos