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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

27.10.24

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Estamos rodeados de néscios, e este comentário, um dos muitos anónimos que podem ler nas minhas publicações, é mais um exemplo de manifestação da imbecilidade que leva alguém a dar-se à alarvidade cobarde de comentar desta forma aquilo que vou escrevendo por aqui...

E... tem sido tão divertido!

Claro que não podia deixar de partilhar com o meu escasso grupo de leitores mais esta pérola, de tão hilariante que tem sido.

Alguém que, sucessivamente, comenta o meu blog de forma muito pouco simpática, criticando depreciativamente quase tudo o que escrevo, leva-me às lágrimas de tanto rir!
Presumo que se vire do avesso de raiva, sobretudo porque não correspondo ao ódio que destila.
É muito curioso que alguém como eu seja alvo desta criatura triste, porque não há grandes motivos... não sou famoso, não prejudico ninguém, não tenho fortuna, vivo do meu trabalho e esforço...

Já estão a imaginar a ávida criatura, em ânsias, a encharcar-se de ansioliticos, à espera de um novo post? Ou a pendurar-se numa árvore, de binóculos, a controlar todos os meus passos... para não falar do estado das respectivas glândulas...

Espero,  sinceramente, que continue. De um lado, ataques de riso incontroláveis, do outro, ataques de nervos quase suicidas.

😂🤣😅😂😂🤣😂🤣


Miguel Mósca Nunes

27.10.24

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Vivemos uma era, que já conta com 50 anos, do que começou por ser uma democracia pendurada no Conselho da Revolução, que não deixava que o país avançasse, mas que depois passou a ser uma democracia de fachada, para alimentar uma corrupção insidiosa e corrosiva, delapiladora do património e desperdiçadora dos recursos.

Não vamos longe, porque olhamos para a esquerda e para a direita e não nos apetece atravessar a estrada - sabemos que acabaremos atropelados.


Miguel Mósca Nunes

26.10.24

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A melhor época do ano está a chegar. É, sobretudo, mais uma oportunidade para celebrar o Amor.

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes, in 'Antologia Poética'

 


Miguel Mósca Nunes

26.10.24

 

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António Guterres é uma fraude, mais um medíocre a quem foi dado um papel importante e fundamental para o equilíbrio da ordem e estabilidade internacionais, que deveria pautar a sua atuação segundo a Carta das Nações Unidas, obedecendo aos princípios de independência e imparcialidade, mas que fracassou vergonhosamente na sua missão. Lamentável esta postura de vassalagem a Putin, depois das atitudes adoptadas perante Israel.
Mais um português que é uma vergonha para Portugal.


Miguel Mósca Nunes

24.10.24

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O Marco Paulo era a Voz, mas era muito mais do que isso. No único contacto que tivemos, foi um querido, amável e interessado no que lhe tínhamos para dizer. Por detrás das câmaras era o Marco, interessado pelo outro, em ouvir o outro, em olhar para o outro. E tinha, por acaso, um vozeirão de arrepiar.

Estávamos no intervalo, à espera para actuar, no seu jardim, onde decorriam as gravações do “Alô Marco Paulo”, um pouco afastados daquele pequeno palco de madeira e, de repente, ouvimo-lo cantar. Sim, o Marco Paulo, a canta a capella, sem microfone, a brindar aquelas trinta e poucas pessoas que estavam a assistir ao programa, o chamado “público”, com uma voz que não parecia sair dele, dada a projecção e potência. Nós estávamos mais afastados, a cerca de trinta metros, mas era como se estivessemos ao seu lado. “Rita, é o Marco Paulo que está a cantar!”.

Passados uns longos e ansiosos minutos gravámos o que lá fomos cantar. Cantar para o público ali presente e para a audiência do programa, mas, sobretudo, para ele. E esta certeza vem do que ouvimos a seguir, quando nos entrevistou, e no que nos disse depois, quando as câmaras não estavam a gravar. Volto a dizer, foi um querido, e deu-nos a imagem do que é ser um grande artista: humilde, simples, amável… boa pessoa.

Uma boa pessoa que, por acaso, tinha a melhor voz masculina que Portugal alguma vez ouviu.


Miguel Mósca Nunes

16.10.24

Fui a correr bater à porta da D. Emília, aflita, para lhe dizer que o Sr. Padre tinha falecido. Abriu a porta, perguntou "o que se passa, rapariga?" e ajoelhou-se assim que ouviu aquelas palavras duras e definitivas. Emília adorava o padre, idolatrava-o, amava-o.

Sempre que era possivel beijavam-se e tocavam-se, na sacristia, dentro da pequena casa-de-banho ou mesmo no meio da sala, normalmente encostados à maciça secretária. Quando não estava mais ninguém na igreja, nenhum acólito, religiosa ou devoto, entregavam-se um ao outro. Perdiam-se um no outro. Juravam que seria para sempre. E foi.

Nunca ninguém descobriu, sequer desconfiou. Houve um dia em que a coisa esteve quase às claras, numa tarde de chuva intensa, sem missa das dezoito, sem previsão de visitas. A sacristia tinha um tapete de arraiolos, que serviu de cama para um desvario incontrolável. Quando terminaram, ficaram deitados à conversa... ouviram uns passos que trouxeram a clara noção de que não tinham fechado a porta. Ele levantou-se à velocidade do som e foi mesmo a tempo de conter a chata da Cremilde, que gostava mais de estar entretida a acender velas e a contar o dinheiro do ofertório do que em casa a aturar o marido, de quem sentia nojo. Ela ainda entreabriu a porta mas nada viu. Estava mais preocupada com os fósforos que procurava e assustou-se com aquele empurrão que não sabia de onde vinha. "Senhor Padre! Senhor Padre?!", chamava, em pânico. Como não havia resposta, começou a ficar convencida de que quem tinha fechado a porta não era deste mundo e saiu da igreja a correr.

Trinta anos depois, sem querer saber da opinião alheia, chorava o seu amor, numa tarde de chuva intensa. Segurou na mão gelada do seu amado Luís, que ali deitado não era da Igreja... era seu. Beijou-o na boca e percebeu que ele já não estava naquele corpo. Não deu conta dos esgares de espanto das escandalizadas carpideiras e saiu da câmara ardente, para se atirar para a Formosa.

 


Miguel Mósca Nunes

23.08.24

 

"A quase morte é um contacto momentâneo com outra realidade, ou assim parece a quem relata esta experiência. Uma pessoa está deitada na sala de urgências ou unidade de cuidados intensivos. O coração pára e, para todos os efeitos, segue-se a morte. No entanto, alguns destes pacientes, tipicamente os que sofreram paragem cardíaca, podem ser ressuscitados. Quando são, 20% referem pelo menos um dos sintomas de EQM (a abreviatura de experiência de quase morte na literatura médica) - separar-se do corpo, olhar para baixo e ver-se na sala de operações, ver executar actos clínicos quando os médicos tentam reactivar-lhes o coração, encontrar um túnel, ir na direcção de uma luz brilhante, sentir a presença de um poder superior, ouvir e ver entes queridos fazerem sinal para avançarem."

Deepak Chopra, A Vida depois da Morte 

 

Nota: Numa sondagem Gallup de 1991, 13 milhões de americanos, aproximadamente 5% da população, referiram que tinham tido uma dessas experiências. 

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Imagem de Hieronymus Bosch, Heavenly Paradise, c. 1505-1515, oil on panel (oak), Venice, Museo Palazzo Grimani


Miguel Mósca Nunes

13.08.24

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Quando quero reflectir sobre o meu caminho e as escolhas que fiz, refugio-me na escarpa da alma, onde encontro a resposta para as dúvidas e o calmante para os receios. Um dia destes fui parar a Santa Cruz, em sonhos, à procura do embalo do oceano, e ali fiquei perdido, horas a fio.

Olho para trás e reconheço que poderia ter sido outra coisa completamente diferente. Poderia ter sido actor. Sim, era isso que gostaria de ter sido... um actor. Passei fugazmente pelo palco, nos ensaios de uma peça de Oscar Wilde, “A Importância de Se Chamar Ernesto”, encenada pelo João Mota. Era a Adelaide João que me abria a porta da Comuna, a porta para um mundo que acabaria por não ser meu. Aquele mundo era soturno, escuro, cheio de panos negros e cheirava a antigo, a passado e a desencanto, num país em que a arte não é para toda a gente e não é valorizada. Neste país a arte não é para todos. Não convém...

Lamentavelmente, só cheguei aos ensaios do segundo acto. Tudo aquilo terminou, sem sequer estrear, pela ausência do encenador... Não estaria para aturar um bando de entusiastas amadores e deixou de aparecer... Desencantado pela desconsideração e falta de compromisso, o elenco sucumbiu à frustração, desistiu da peça e desmembrou-se, mas tive ali o vislumbre do que queria ser, do futuro que queria para mim. Foi ali que tive a certeza...

Essa experiência, ainda que insatisfatória no plano das expectativas que criamos sobre as pessoas e, por isso, desilusória, fez com que tivesse a certeza absoluta de que queria ser Actor. Contudo, não foi suficientemente forte para vergar a cobardia e fazer com que mudasse totalmente o rumo da minha vida. Tinha de ser assim, caso contrário o meu presente não seria este. Tudo tem uma razão. Tudo faz sentido, mais cedo ou mais tarde. A expensas da minha vocação, tenho este agora que é maravilhoso, sobretudo pelas pessoas que estão comigo.

No final, lá mais para a frente, daqui a umas três ou quatro décadas (estou a ser optimista), sobrará o vento, as nuvens e o mar.

 

 


Miguel Mósca Nunes

07.08.24

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Tentei, reunindo todas as minhas forças, evitar falar sobre isto, mas não consegui... Sobretudo porque estamos num país em que este fenómeno é muito comum. Esta coisa absurda de assistirmos a gente, altamente "qualificada" e com uma enorme visibilidade, a tentar falar num idioma que desconhecem.

Vimos isso no Socrates, que de espanhol e de inglês não percebia patavina, mas que insistia em discursar daquela forma e que, como chefe de governo, dava uma imagem lamentável de Portugal e dos portugueses. Onde é que a criatura terá andado a estudar? O que terá feito com o tempo que passou nas aulas? E chegou a primeiro ministro...  Mais recentemente, temos assistido a esta incompetência na Web Summit...

Sempre presumi que, para executarmos uma tarefa ou uma função, temos de estar preparados. Convém que reunamos condições, competências, skills... Se não tenho condições, se não tenho competências, das duas uma: ou arranjo maneira de as adquirir, ou então não me aventuro. Não faço uma coisa que não sei fazer. Não edito um livro sobre uma matéria que desconheço, por exemplo...

No meio disto tudo, preocupa-me especialmente a mensagem que esta gente, privilegiada por ter acesso a estas plataformas, e privilegiada por ter tido a possibilidade de se preparar e qualificar, embora não o tenha feito, está a enviar. Estamos a falhar todos, por permitirmos que o mérito não tenha valor nenhum. Estamos a falhar todos, por haver gente que sabe falar inglês, mas percorre as ruas de uma qualquer cidade, de madrugada, a recolher lixo. Estamos a falhar todos, por permitir que o esforço e o estudo sério passe para segundo plano, como uma coisa de gente parva, que só perdeu o seu tempo porque é ultrapassada por aqueles que vendem muito bem a sua imagem.

Estudar para quê? Aprofundar correctamente uma língua, para quê, se para discursar na Web Summit não é necessário muito mais do que um inglês (muito abaixo do) básico...

Se calhar, estou a ser um grande parvalhão, e a desperdiçar grandes oportunidades para brilhar, mesmo que coxo... mesmo que seja tudo às três pancadas... enfim, sou um idiota ético.

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