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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

08.03.22

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Porque será? Será que é mero capricho, um aferro oco, sem sentido e sem razão de peso?

Não, meus caros. Eu adoro o Natal porque é uma época de reencontro. É onde eu radico a minha esperança e a certeza de que, apesar de todas as dificuldades e contrariedades, o que mais importa são as pessoas e a bondade.

No Natal consolo-me com os sonhos, as rabanadas, o Abade de Priscos, os chocolates. Regozijo-me ao ver os meus mais queridos aconchegados no sofá, a ver o Polar Express, com mantas nos joelhos. Delicio-me com o cheiro a cabrito assado, com a árvore a abarrotar de decorações, da qual sou guardião por causa da gata, com o presépio e com a grinalda que coloco em cima do alçado do aparador ou da lareira.

Mas é mais do que isto! Sou completamente apanhado pelo Natal por causa da magia que me faz esquecer, por semanas, a merda de humanos que somos, as atrocidades que se vão cometendo todos os dias, o fel da maldade que esguicha por todo o lado, a falta de empatia, as desigualdades, a mesquinhez e a crueldade. Não é uma época de redenção, porque os pecados continuam, persistentes. Mas é um reencontro amnésico com a minha infância. É no Natal que eu tenho a desculpa de voltar a ser o que sempre fui.

Vamos ver se no próximo consigo regressar à essência… com tanta carga de vilania e sordidez que o ano já leva, será que vai ser difícil sentir o Espírito Natalício?


Miguel Mósca Nunes

04.03.22

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Sonhar é bom e necessário, sobretudo neste tempo de guerra, de gente imbecil à frente de governos, em que vale tudo menos a compaixão, a empatia e a solidariedade. Nem Imagine do John Lennon, nem  tão pouco What a wonderful world do Louis Armstrong serviram para modificar esta hedionda natureza autodestrutiva. O valor da vida humana está nas lonas.

Porque sonhar é bom, trago-vos uma receita de sonhos. Sim, a que costumo fazer no Natal, que faz com que os meus filhos não parem de rondar a cozinha, de cinco em cinco minutos, para surripiar uns quantos, à medida que vão fritando. Eu sei que esta vai ser uma das memórias que terão daqui a uns anos, o aroma a pairar pela casa e o sabor único dos sonhos ainda quentes, estaladiços por fora e macios por dentro... Agora lembrei-me do Volodymyr Zelensky…

Deve ser por se mostrar assim, como os sonhos acabados de fritar. Intrépido, mas afável e fraterno.

 

Ingredientes

- 250 g de farinha
- 1 colher de chá de fermento
- 500 ml de água
- 1 casca de laranja ou limão
- 6 ovos médios
- 1 colher de sopa de manteiga
- 1 colher de chá de sal

 

Preparação

Coloque a água num tacho, assim como a manteiga e o sal, e leve ao lume até a manteiga derreter completamente.

De seguida, junte a casca de limão ou laranja ao tacho e deixe ferver. Retire-a passados cinco minutos.

Coloque o fermento na tigela da farinha e coloque-a no tacho, mexendo sempre até ser formada uma pasta espessa que não agarre ao tacho. Desligue o fogão. Coloque a massa numa superfície lisa e amasse-a com as mãos. De seguida, deixe repousar a massa durante cerca de 20 minutos até arrefecer.

Quando estiver fria, junte à massa o primeiro ovo e envolva bem. Repita este processo com os restantes ovos.

Coloque uma fritadeira ao lume com óleo vegetal e, quando este estiver a ferver, forme os sonhos com a ajuda de duas colheres, para lhes dar a forma de bolas e para as colocar no óleo. Tenha o cuidado de colocar na fritadeira não mais de cinco a seis sonhos de cada vez, para terem espaço e consigam sonhar (ou seja, rodar). 

Recomendo vivamente que o óleo seja novo, para que o sabor dos sonhos seja ainda melhor.

Quando estes estiverem com uma cor dourada, retire-os para escorrer o óleo. Espere cerca de 10 minutos e envolva-os em açúcar e canela. É importante que aguarde, para que permaneçam redondos e não abatam.

Deliciem-se, pela vossa saúde!

Como diz o outro, o Natal está à porta!


Miguel Mósca Nunes

16.02.22

 

Bolo de Natal 1.jpg

 

Já deu para perceber que eu sou louco pelo Natal e, como tal, não me canso de vos trazer receitas tradicionalmente natalícias, mas que se podem fazer em qualquer altura do ano. Esta é inspirada no bolo de Natal da Nigella, mas foi completamente alterada por mim, para o transformar no meu bolo de Natal. Um Christmas Cake divinal, sem necessidade de ser feito com uma semana de antecedência, como habitualmente estas receitas exigem, porque o processo é acelerado pelos 10 minutos de fervura, como vamos poder ver de seguida.

Ingredientes

250 g de ameixas cortadas
250 g de passas
250 g de avelãs
175 ml de mel
175 ml de vinho do Porto
Sumo e raspa da casca de uma laranja
1 colher de sopa de canela
2 colheres de sopa de cacau
175 g de manteiga sem sal
175 g de açúcar mascavado escuro
3 ovos
150 g de farinha
1/2 colher de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

Nota: uma colher de chá de sal faz toda a diferença

Preparação

Em termos de forma, podem utilizar uma redonda (20 cm de diâmetro), mas podem igualmente experimentar uma forma quadrada ou rectangular (aqui o tempo de cozedura poderá variar para menos, se a altura da massa for inferior), porque será mais fácil para fatiar.

A cozedura deste bolo é muito específica. Estamos a falar de duas horas de forno para uma temperatura de 150º. Mas antes disso, haverá um processo que passa pela panela.

Para proteger o topo do bolo convém forrar as laterais da forma com papel vegetal, tendo o cuidado de prolongar a altura da forma com o próprio papel, como podemos ver na imagem. Eu forro também o fundo da forma.

Junte as ameixas, as passas, o mel, o vinho do Porto, o sumo e a raspa da casca da laranja, a canela, o cacau, a manteiga e o açúcar numa panela e deixe aquecer a mistura até que atinja uma suave ebulição, mexendo à medida que a manteiga vai derretendo. Deixe ferver por 10 minutos, retire do lume para arrefecer por 30 minutos. O passo seguinte a este arrefecimento será a junção dos ovos, da farinha, das avelãs, do fermento e do bicarbonato, misturando até estar tudo bem ligado.

Verta esta massa na forma já preparada, e leve ao forno pré-aquecido a 150º.

Retire do forno após duas horas, podendo confirmar se está pronto quando um palito inserido no centro sair limpo. Desenforme depois de arrefecido.


Eis um delicioso bolo com um aroma e sabor inconfundíveis, que fará aquecer a alma mais fria e amolecer o coração mais empedernido.

Delicie-se!

 

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