Miguel Mósca Nunes
28.10.22
Para quem gosta do género, este é um óptimo exemplo de uma história de terror que se desenrola no espaço, num sistema estelar distante, e que deu origem a um filme realizado por Ridley Scott, em 1979. Um tremendo sucesso de bilheteira.
Vi o filme na minha adolescência, transmitido pela RTP 1, naquelas maravilhosas noites de cinema, e havia, desde logo, uma grande diferença relativamente a outros do género, sobretudo pela contribuição conceptual de Hans Rudolf Giger, o artista que desenhou a criatura e toda a imagética associada, que a 20th Century Fox rejeitara inicialmente. Por outro lado, a qualidade dos efeitos especiais e a sua gestão e utilização inteligentes, os sets vanguardistas e monumentais (nos Shepperton Studios em Londres, os de maiores dimensões da Europa na época, foi construído o interior da nave como um todo, com todos os seus compartimentos ligados), a banda-sonora de Jerry Goldsmith, e o estilo de realização, foram determinantes para compor esta obra-prima, de um impacto visual significativo e de um realismo impressionante. Tudo isto foi decisivo para diferenciar o filme de tudo o resto que se fazia na altura, e para o tornar um clássico.
Veronica Cartwright, que desempenha a personagem Lambert, disse que o realizador vai buscar muitas técnicas a Alfred Hitchcock, no sentido de que o espectador não vê tudo, sendo a imaginação a comandar o processo, e é isto que torna o filme tão aterrador.
Outra das razões do sucesso do filme reside no casting, que apostou em actores pouco conhecidos, com uma imagem pouco convencional, acabando por juntar um conjunto de extraordinários talentos. Sigourney Weaver, que não era uma grande estrela, foi a escolha perfeita para o papel de Ripley.
O acting inovador deixa transparecer uma direcção de actores que apela a uma técnica muito focada na esponteneidade e no improviso, fluindo para além do guião.
A história começa assim: a viagem do cargueiro espacial Nostromo e dos seus sete tripulantes adormecidos, de regresso à Terra, é subitamente interrompida por uma mensagem de socorro emitida de um planeta desconhecido. E, de acordo com o protocolo, terão de investigar a origem dessa mensagem. Este começo é suficiente para agarrar o espectador, que não vai querer parar de ver até ao último frame.
Não percam.