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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

20.10.22

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Emancipação não é objectificação, nunca!

As mulheres não nasceram para servir os maridos, para serem donas de casa e acabarem os seus dias em frente do lava-loiça ou do fogão. As nossas vidas, enquanto indivíduos, devem valer por si, devem ter a importância que a auto-determinação promove, e a vontade própria deve ser o motor das nossas escolhas, com consequências sociais e profissionais, ao invés das convenções e dos papéis que nos atribuem, e muito menos, do que esperam de nós.

Todos os direitos e prerrogativas devem assistir à mulher, fundamentados na igualdade relativamente aos homens. Mas há um mas. A emancipação não pode ser confundida com objectificação, e isto tem de ficar muito claro, sobretudo nas mentes das jovens, que confundem liberdade com o serem objecto da satisfação masculina,  através da coisificação dos seus corpos e da subjugação sexual. Uma coisa é ter um comportamento sexual igual aos dos homens, outra é a inferiorização, dando força ao sexismo que teima em não acabar.

Há uma clara e visível diferença, nomeadamente nas plataformas audio-visuais e nas redes sociais, entre a exposição masculina e feminina: os homens exibem-se, as mulheres vulnerabilizam-se e inferiorizam-se. Os homens mostram força. As mulheres mostram atributos físicos. A mensagem que passa é a de que os homens usam, as mulheres são usadas. 

A histórica inferioridade mantém-se assim, agarrada aos novos comportamentos, sob a capa da emancipação e, de forma velada, mostram que a mulher continua a sacrificar-se perante a hegemonia masculina. Temo que a legitimação para comportamentos dominadores e agressivos tenham como base esta realidade. Perpetuamos, sem nos apercebermos, mensagens subliminares que legitimam o jugo e o exercício de domínio e de violência sobre a mulher.

Até no envelhecimento, a mulher não é livre, tendo de se mutilar, injectar e encher de corpos estranhos, para se manter apetecível. Uma escravidão que eu não desejo para os meus.

Frank Outlaw disse:

«Cuidado com os seus pensamentos, pois tornam-se palavras.
Cuidado com as suas palavras, pois tornam-se acções.
Cuidado com as suas acções, pois tornam-se hábitos.
Cuidado com os seus hábitos, pois transformam-se no seu carácter.
E cuidado com seu carácter, pois será o seu destino.»

Se viram o filme "A Dama de Ferro", não esquecerão: "O que nós pensamos torna-se no que somos."

 

 

 

 

 

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