Miguel Mósca Nunes
24.03.22
O que se exige de um líder?
Um conjunto de habilidades, ou skills, para que possa desempenhar bem o seu papel. O crivo de um bom líder está directamente relacionado com as suas características e competências, pessoais e profissionais. Só um bom líder consegue aproveitar de forma eficaz as mais-valias dos seus colaboradores. Isto significa que tem de estar disposto a fazer parte do todo, a arriscar, a alterar paradigmas, a usar de muita diplomacia. Mas tem, sobretudo, de se comportar como um treinador, e ter a consciência de que o seu sucesso reside no sucesso dos outros.
O lema é a motivação. As ferramentas são a valorização, o envolvimento e a delegação de poderes, ou seja, o empowerment!
Para isso, é necessária uma:
1. Liderança de proximidade
a) Transmitir segurança, baseada na transparência, no exemplo, na partilha da informação e do saber;
b) Utilizar a igualdade de critérios e a congruência entre o dizer e o fazer, são alguns dos aspectos que dão força ao líder e robustecem o relacionamento, promovendo a coesão;
c) Auscultar a equipa, baseando a sua actuação no diálogo constante e no envolvimento na tomada de decisões e na identificação de objectivos;
d) Conhecer cada um dos elementos da equipa, as aspirações e motivações, por forma a ser capaz de medir os graus de satisfação/insatisfação;
e) Delegar, não só as responsabilidades, mas também as decisões - criar autonomia.
2. Liderança consciente/corajosa, eficaz e exigente
a) Saber, com rigor, quais os objectivos traçados pela organização, e fazer a assunção responsável dos mesmos. Isto implica, necessariamente, aceitação, propostas de alteração, ou mesmo rejeição;
b) Possuir auto-conhecimento, e o conhecimento profundo da sua equipa, é a premissa maior - deverá conseguir avaliar as competências existentes e as motivações, relativamente a si e aos outros, face aos objectivos propostos. Perante o défice, perspectivar/diagnosticar novas competências;
c) Determinar indicadores ao longo do processo, que possibilitem a identificação de desvios e implementação de acções correctivas - manter a equipa sempre alinhada com os objectivos determinados;
d) Avaliar o desempenho (intercalar e final).
3. Liderança positiva
a) Feedback positivo - reconhecer o bom desempenho, elogiando, enaltecendo, e trabalhar o que não correu bem como plataforma de melhoria;
b) Valorizar a vontade do colaborador, satisfazendo, sempre que possível, as suas solicitações, por exemplo, na atribuição de novas responsabilidades, na aceitação de sugestões pertinentes, na formação e qualificação, no aumento de salário, na mudança de departamento, etc.;
c) Assumir as vitórias e as derrotas, de forma construtiva. Longas reuniões sobre o que correu mal não são produtivas. O fazer diferente e melhor, a procura da solução e das melhores práticas, o foco nos objectivos, o brainstorming, são ferramentas muito mais interessantes do que a análise exaustiva de resultados (esta deve ser o mais objectiva e sucinta possível). O "nós", em vez do "eu".
Termino citando Nelson Mandela:
"Não há nada tão mau como um líder fazer uma exigência que sabe que nunca pode ser bem sucedida."