Miguel Mósca Nunes
23.02.22
Tenho uma estranha ligação ao Porto. Pouco entendível ou explicável, porque terá que ver com as emoções, e às vezes não é fácil explicar emoções.
Sinto que lhe pertenço, apesar de ter lá ficado instalado, pela primeira vez, em Dezembro de 2019. Calcorreei as suas ruas cheias de granito, de magníficos e opulentos edifícios antigos, onde se respira um aroma diferente. Um aroma a orgulho de ser portuense, a força, a luta, a pátria. E apaixonei-me.
Sinto um irressistível ímpeto para largar tudo e dela fazer morada da minha alma, o meu abrigo de cultura, com contornos barrocos, que tanto se vê na arquitectura de Nicolau Nasoni. Voltarei a subir à Torre dos Clérigos, apesar da claustrofobia e dos nervos, ajoelhar-me-ei na incrível Igreja da Misericórdia de fachada coroada, e ficarei inebriado pela Igreja de Santo Ildefonso.
Voltarei a regozijar-me com o ambiente e a comida do Piolho (Âncora d’Ouro) e da Santa Francesinha.
Um Porto seguro e sentido, com um velho casario que nos deslumbra.
Um dia mudo-me para lá.