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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

19.10.22

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Este livro é escrito por quem, cada vez que vai a Almeirim, dorme no quarto que foi desta figura impar no panorama cultural português: D. Leonor de Almeida, 4.ª Marquesa de Alorna e 8.ª Condessa de Assumar.

O livro inicia a sua narrativa no dia 1 de Novembro de 1755, dia de Todos os Santos, o fatídico dia que mudou Lisboa para sempre, e retrata a vida desta mulher da alta nobreza portuguesa, que passou dezoito anos atrás das grades do convento de São Félix em Chelas por ser neta de Francisco de Assis de Távora, vítima da conspiração conhecida como o "Processo dos Távoras".

Mas nem esta vicissitude serviu para deter uma mentalidade extraordinária, um talento e sabedoria ímpares, características únicas na altura, sobretudo porque se trata de uma mulher, exaltando a força e a importância do feminino, do conhecimento e da cultura, como forma de se posicionar no mundo, tomar decisões e agir, em consciência.

Dobrou o infortúnio do cárcere através da leitura e da escrita. Voou, através do estudo, preparando-se para a etapa seguinte da sua vida - a liberdade.

Ter sido mãe de oito filhos, católica, poetisa, política, viajada, inteligente e sedutora, são ingredientes mais do que suficientes para a leitura deste livro apaixonante.


Miguel Mósca Nunes

06.10.22

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Em 10 de Março de 1946, foi criada a Academia de Santo Amaro, resultante da fusão de três colectividades do Alto de Santo Amaro: a Sociedade Filarmónica Esperança e Harmonia (fundada em 01/01/1865), a Sociedade Filarmónica Alunos e Harmonia (fundada em 17/02/1868) e o Grupo Dramático e Musical Apolo (fundado em 01/07/1915).

Esta Academia tem sido o berço de tantos talentosos e brilhantes artistas, e que tem tido, ao longo dos anos, um papel cultural importantíssimo e, sobretudo, uma missão social muito relevante para as gentes do bairro de Alcântara.

É um local a visitar porque tem história, uma vista deslumbrante sobre a Ponte 25 de Abril, e apresenta espectáculos maravilhosos, revisteiros, levados à cena por artistas de corpo e alma, com a ajuda preciosa de uma equipa técnica que dá tudo de si para entregar em palco o que de melhor se faz em Portugal e com um dos melhores encenadores do país.

Parabéns, Academia de Santo Amaro!


Miguel Mósca Nunes

12.07.22

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Estamos numa era de deterioração dos conteúdos que nos entram pela casa, todos os dias e através das mais variadas fontes. O jugo do entretenimento está, hoje, directamente relacionado com a falta de conhecimento e onde se nega, de forma consciente e sistemática, o acesso à cultura e o estímulo do pensamento, nomeadamente do pensamento crítico, importantíssimo para tomadas de posição sobre os temas económicos, políticos e sociais da actualidade. E para sermos votantes de pleno direito.

Promove-se a iliteracia, a superficialidade e a burrice. E isto começa de raiz, nas escolas, com um sistema de ensino caduco, em que progressivamente se lê e se escreve menos. E se tudo gira à volta do digital, poder-se-ia aproveitar este meio para divulgar o tal conhecimento e a tal cultura. Mas não. Proliferam conteúdos pobres, corriqueiros, baseados em trivialidades. E grassam as más-línguas, essa espécie estranha de maledicentes, uma cambada de idiotas frustrados que se ocupam de nada, para nada produzir. Ainda por cima com erros ortográficos inacreditáveis.

Para contrariar esta núvem negra recomendo vivamente que assistam, por exemplo, ao Visita Guiada, da RTP, que está disponível na RTP Play e que irá ter uma nova temporada lá para Setembro.

Podem mesmo explorar os conteúdos do Arquivo da RTP, que tem um espólio importantíssimo.

 

 

 

 


Miguel Mósca Nunes

19.04.22

 

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Apesar de todos os louvores, homenagens, epítetos, elevados e rasgados elogios, a cultura continua a valer menos de 1% em Portugal. A grandiosidade de Eunice, e de todos os enormes artistas que já partiram, não pode valer só post mortem. Merecem muito mais do que isto.
Contudo, sem exigir nenhum reconhecimento ou ovação, Eunice disse que a melhor palavra que a definia era a modéstia. Os grandes seres são assim. Entregou-se sem condição ou termo, sem reserva ou limite, e isto não tem dimensão terrena, nem orçamental, nem se encerra no nome de uma rua.
Não se compadece, sobretudo, com nenhuma esmola política.


Miguel Mósca Nunes

18.02.22

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Esta semana tem sido particularmente estranha mas ao mesmo tempo esclarecedora, com notícias sobre violência doméstica num programa de grande audiência na televisão nacional e com a divulgação de um estudo financiado pela Gulbenkian e elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, concluindo que, em 2020, 61% dos inquiridos não leu um livro sequer, e que 90% ligam a TV todos os dias. Como factores principais para esta realidade, o estudo aponta a idade, o rendimento mensal e o grau de escolaridade.

O factor económico é, julgo eu, a principal razão para o afastamento dos portugueses dos livros, dos teatros, dos concertos e de outras manifestações culturais e não a de sermos uma cambada de acéfalos, sem opinião ou critérios, para quem basta ser entretido. Não será necessário dissertar sobre as consequências redutoras e empobrecedoras a vários níveis e a longo prazo, se a televisão continuar a ser só entretenimento. É mais fácil do que somar um mais um. O que nos vai safando é a nossa RTP 2.

Mas, meus queridos, como é mais provavel haver dinheiro para fazer um pudim do que para ir ao teatro, desta vez trago-vos uma receita que faz as delícias cá de casa, principamente dos meus filhos, que adoram esta simples, contudo magnífica, sobremesa.

 

Ingredientes

  • 2 ovos inteiros
  • 4 gemas
  • 1 lata de leite condensado (395g)
  • 450 ml de leite gordo
  • 200 g de açúcar e 200ml de água, para o caramelo

Nota: pode aromatizar com baunilha (essência).

Preparação

Leve ao lume o açúcar e a água e deixe ferver, sem mexer, até chegar à cor âmbar para um caramelo no ponto (não deixe escurecer para não correr o risco de queimar). Verta este preparado numa forma para pudim, cobrindo o fundo e as laterais. Nesta operação deverá utilizar luvas para não queimar as mãos.

Enquanto a forma arrefece, comece por ligar as gemas e os ovos inteiros, com o auxílio de uma colher (não utilize vara de arames para não incorporar ar). Noutro recipiente misture o leite gordo e o condensado. A esta mistura juntam-se os ovos, passando-os por um passador de rede fina. Mais uma vez utiliza-se uma colher, ou mesmo um salazar, para ligar.

Finalmente, verta a mistura para a forma, passando-a novamente pelo passador, e leve ao forno pré-aquecido a 160º, em banho-maria, durante uma hora e quinze minutos. Confirme se o pudim está no ponto ao inserir uma faca que deverá sair limpa. Deixe arrefecer e leve ao frio por quatro horas antes de desenformar.

Dica: ferva a água numa chaleira antes de a verter para o banho-maria, caso contrário é provável que tenha de aumentar o tempo de cozedura em cerca de vinte minutos. 

O segredo da textura uniforme deste pudim tem, definitivamente, que ver com estes passos fundamentais: a utilização de colher para misturar e o passador de rede fina. Nunca utilize varas de arames e muito menos um liquidificador.

Deliciem-se!


Miguel Mósca Nunes

12.01.22

Portugal, infelizmente, não é para arrojados e para gente de mente aberta. Ainda estamos muito presos a preconceitos e a uma estética antiquada, que não permite um olhar despido de juízos de valor face à alternativa, ao que é diferente. Ainda hoje é assim. Para não falar no pequenino e pobre mercado. Sempre adorei os Heróis do Mar, assim como o Variações e a Lena d'Água, que davam sinais de uma modernidade muito pouco tolerável na altura (saídos há poucos anos de uma ditadura que impediu o povo de evoluir culturalmente).

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