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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

12.07.22

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Estamos numa era de deterioração dos conteúdos que nos entram pela casa, todos os dias e através das mais variadas fontes. O jugo do entretenimento está, hoje, directamente relacionado com a falta de conhecimento e onde se nega, de forma consciente e sistemática, o acesso à cultura e o estímulo do pensamento, nomeadamente do pensamento crítico, importantíssimo para tomadas de posição sobre os temas económicos, políticos e sociais da actualidade. E para sermos votantes de pleno direito.

Promove-se a iliteracia, a superficialidade e a burrice. E isto começa de raiz, nas escolas, com um sistema de ensino caduco, em que progressivamente se lê e se escreve menos. E se tudo gira à volta do digital, poder-se-ia aproveitar este meio para divulgar o tal conhecimento e a tal cultura. Mas não. Proliferam conteúdos pobres, corriqueiros, baseados em trivialidades. E grassam as más-línguas, essa espécie estranha de maledicentes, uma cambada de idiotas frustrados que se ocupam de nada, para nada produzir. Ainda por cima com erros ortográficos inacreditáveis.

Para contrariar esta núvem negra recomendo vivamente que assistam, por exemplo, ao Visita Guiada, da RTP, que está disponível na RTP Play e que irá ter uma nova temporada lá para Setembro.

Podem mesmo explorar os conteúdos do Arquivo da RTP, que tem um espólio importantíssimo.

 

 

 

 


Miguel Mósca Nunes

18.02.22

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Esta semana tem sido particularmente estranha mas ao mesmo tempo esclarecedora, com notícias sobre violência doméstica num programa de grande audiência na televisão nacional e com a divulgação de um estudo financiado pela Gulbenkian e elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, concluindo que, em 2020, 61% dos inquiridos não leu um livro sequer, e que 90% ligam a TV todos os dias. Como factores principais para esta realidade, o estudo aponta a idade, o rendimento mensal e o grau de escolaridade.

O factor económico é, julgo eu, a principal razão para o afastamento dos portugueses dos livros, dos teatros, dos concertos e de outras manifestações culturais e não a de sermos uma cambada de acéfalos, sem opinião ou critérios, para quem basta ser entretido. Não será necessário dissertar sobre as consequências redutoras e empobrecedoras a vários níveis e a longo prazo, se a televisão continuar a ser só entretenimento. É mais fácil do que somar um mais um. O que nos vai safando é a nossa RTP 2.

Mas, meus queridos, como é mais provavel haver dinheiro para fazer um pudim do que para ir ao teatro, desta vez trago-vos uma receita que faz as delícias cá de casa, principamente dos meus filhos, que adoram esta simples, contudo magnífica, sobremesa.

 

Ingredientes

  • 2 ovos inteiros
  • 4 gemas
  • 1 lata de leite condensado (395g)
  • 450 ml de leite gordo
  • 200 g de açúcar e 200ml de água, para o caramelo

Nota: pode aromatizar com baunilha (essência).

Preparação

Leve ao lume o açúcar e a água e deixe ferver, sem mexer, até chegar à cor âmbar para um caramelo no ponto (não deixe escurecer para não correr o risco de queimar). Verta este preparado numa forma para pudim, cobrindo o fundo e as laterais. Nesta operação deverá utilizar luvas para não queimar as mãos.

Enquanto a forma arrefece, comece por ligar as gemas e os ovos inteiros, com o auxílio de uma colher (não utilize vara de arames para não incorporar ar). Noutro recipiente misture o leite gordo e o condensado. A esta mistura juntam-se os ovos, passando-os por um passador de rede fina. Mais uma vez utiliza-se uma colher, ou mesmo um salazar, para ligar.

Finalmente, verta a mistura para a forma, passando-a novamente pelo passador, e leve ao forno pré-aquecido a 160º, em banho-maria, durante uma hora e quinze minutos. Confirme se o pudim está no ponto ao inserir uma faca que deverá sair limpa. Deixe arrefecer e leve ao frio por quatro horas antes de desenformar.

Dica: ferva a água numa chaleira antes de a verter para o banho-maria, caso contrário é provável que tenha de aumentar o tempo de cozedura em cerca de vinte minutos. 

O segredo da textura uniforme deste pudim tem, definitivamente, que ver com estes passos fundamentais: a utilização de colher para misturar e o passador de rede fina. Nunca utilize varas de arames e muito menos um liquidificador.

Deliciem-se!

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