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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

14.03.22

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Mesmo à beira de uma terceira guerra mundial, cansado de olhar à volta e só ver egoísmo, ganância, incompreensão, ódio, falta de empatia e de noção sobre o verdadeiro sentido da nossa existência, ainda consigo ter ânimo para cozinhar e fazer felizes os que me rodeiam.

Deixe-se derrotar por esta delícia. Mesmo quem não gosta de coco, socumbe.

 

Bolo de chocolate com coco do Mósca

 

Ingredientes

Massa:

- 4 ovos inteiros

- 300 g de açúcar

- 40 g de cacau em pó

- 120 ml de óleo

- 240 ml de leite

- 1 colher de chá de bicarbonato de sódio

- 360 g de farinha de trigo

- 1 colher de sopa de fermento químico

 

Recheio:

- 790 g de leite condensado (duas latas)

- 5 colheres de sopa de amido de milho

- 600 ml de leite

- 250 g de coco ralado

- 200 ml de natas

- 5 folhas de gelatina incolor e sem sabor

 

Ganache:

- 200 g de chocolate negro 70%

- 200 ml de natas

 

Preparação

Bata os ovos com o açúcar, até ficar uma mistura fofa e esbranquiçada. Junte o óleo, o leite, o bicarbonato, o cacau e a farinha. Bata só até misturar e junte o fermento em pó, batendo novamente só o necessário. Leve ao forno pré-aquecido a 180º, em duas formas de 22 cm de diâmetro, com cinco a seis centímetros de altura, por aproximadamente 35 minutos. De qualquer forma, experimente com um palito para confirmar se a massa está cozida.

Para a preparação do recheio, espere que os bolos arrefeçam e, num tacho, junte o amido de milho ao leite condensado e misture bem até deixar de haver grumos. Depois junte o leite e o coco ralado, e leve ao lume, mexendo sempre até ferver e engrossar. Junte as natas e misture, deixando ferver por instantes. Apaque o lume. Coloque as folhas de gelatina em água e aguarde 5 minutos. Escorra as folhas de gelatina e misture no preparado do coco, que tem de estar quente, mexendo bem para incorporar.

Divida cada um dos bolos em 2 (utilize, se possível, um corta-bolos). Numa forma alta (mínimo 10 cm), do mesmo diâmetro das que utilizou para cozer os bolos, forre com película transparente e comece a fazer a montagem, colocando uma camada de bolo e uma do preparado de coco quente, até finalizar com a quarta camada de bolo (são quatro camadas de bolo e três de coco). Leve ao frio para solidificar.

Ao fim de duas horas retire do frio e desenforme como habitualmente desenforma um bolo. Faça a ganache levando as natas ao lume. Quando levantarem fervura, coloque o chocolate cortado em pedaços e espere cerca de um minuto até começar a mexer. Quando o chocolate estiver todo dissolvido e misturado nas natas, formando um creme uniforme e brilhante, a ganache está pronta para cobrir o bolo.

Verta a ganache no topo do bolo e, com a ajuda de uma espátula, leve-a para as extremidades, para que possa cobrir as laterais. Neste processo, a ganache vai arrefecendo e solidificando.

Leve ao frio novamente, e retire o seu magnífico bolo de chocolate e coco uma hora antes de servir.

Experimente e mantenha-se calmo, sem qualquer manifestação exacerbada de júbilo… se conseguir.


Miguel Mósca Nunes

09.03.22

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Estamos a precisar de consolo, e nada melhor do que uma receita típida do Outono, que fica bem durante todo o ano, para nos fazer esquecer o que anda por aí a acontecer. Uma receita inspirada na melhor tradição portuguesa e relacionada com o Pão por Deus e com o Dia de Todos os Santos, 1 de Novembro, muito semelhante ao dia das Bruxas ou Halloween (dos países anglo-saxónicos), no qual as crianças andam de porta em porta a pedir doces ou travessuras (trick or treat).

Dizem as críticas que não deveriamos adoptar o que não é nosso. Contudo, a minha opinião é a de que podemos fazer de tudo para que as nossas crianças tenham motivos de alegria. Não eliminamos mas, sim, acrescentamos. É tudo uma questão de perspectiva.

Onde cheira a broa mora gente boa. Se levarmos umas broas ao Putin, pode ser que o estupor se redima.

As minhas Broas dos Santos

Ingredientes

  • 700 g de farinha
  • 1 colher (de sobremesa) de Fermento em Pó
  • 2 ovos
  • 300 g de açúcar amarelo ou mascavado
  • 200 g de Nozes ou outros frutos secos
  • Duas colheres de sopa de mel
  • 150 ml de azeite
  • 60 ml de vinho do Porto
  • 100 g de manteiga derretida
  • 125 g de leite
  • Uma colher de sopa de canela
  • Uma colher de sopa de erva doce
  • Uma colher de chá de sal

 

Preparação

Misture os ovos com o açúcar, o mel, o azeite, o leite, o vinho do Porto, a manteiga, a canela, a erva doce e o sal. Incorpore as nozes.

Junte o fermento e depois a farinha, até incorporar, sem amassar (é muito importante que não amasse, para que as broas não endureçam).

Faça pequenas bolas com as mãos enfarinhadas e coloque num tabuleiro forrado com papel vegetal, com a distância suficiente para não se colarem umas às outras, durante a cozedura.

Se quiser, pode passar gema de ovo por cima de cada broa.

Leve ao forno a 200g até alourar.

Nota: vá juntando a farinha aos poucos, para avaliar a consistência da massa, que fica no ponto quando deixa de se colar às mãos – pode acontecer que não utilize a totalidade da farinha.

 

Bom consolo!

 

 


Miguel Mósca Nunes

08.03.22

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Porque será? Será que é mero capricho, um aferro oco, sem sentido e sem razão de peso?

Não, meus caros. Eu adoro o Natal porque é uma época de reencontro. É onde eu radico a minha esperança e a certeza de que, apesar de todas as dificuldades e contrariedades, o que mais importa são as pessoas e a bondade.

No Natal consolo-me com os sonhos, as rabanadas, o Abade de Priscos, os chocolates. Regozijo-me ao ver os meus mais queridos aconchegados no sofá, a ver o Polar Express, com mantas nos joelhos. Delicio-me com o cheiro a cabrito assado, com a árvore a abarrotar de decorações, da qual sou guardião por causa da gata, com o presépio e com a grinalda que coloco em cima do alçado do aparador ou da lareira.

Mas é mais do que isto! Sou completamente apanhado pelo Natal por causa da magia que me faz esquecer, por semanas, a merda de humanos que somos, as atrocidades que se vão cometendo todos os dias, o fel da maldade que esguicha por todo o lado, a falta de empatia, as desigualdades, a mesquinhez e a crueldade. Não é uma época de redenção, porque os pecados continuam, persistentes. Mas é um reencontro amnésico com a minha infância. É no Natal que eu tenho a desculpa de voltar a ser o que sempre fui.

Vamos ver se no próximo consigo regressar à essência… com tanta carga de vilania e sordidez que o ano já leva, será que vai ser difícil sentir o Espírito Natalício?


Miguel Mósca Nunes

04.03.22

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Sonhar é bom e necessário, sobretudo neste tempo de guerra, de gente imbecil à frente de governos, em que vale tudo menos a compaixão, a empatia e a solidariedade. Nem Imagine do John Lennon, nem  tão pouco What a wonderful world do Louis Armstrong serviram para modificar esta hedionda natureza autodestrutiva. O valor da vida humana está nas lonas.

Porque sonhar é bom, trago-vos uma receita de sonhos. Sim, a que costumo fazer no Natal, que faz com que os meus filhos não parem de rondar a cozinha, de cinco em cinco minutos, para surripiar uns quantos, à medida que vão fritando. Eu sei que esta vai ser uma das memórias que terão daqui a uns anos, o aroma a pairar pela casa e o sabor único dos sonhos ainda quentes, estaladiços por fora e macios por dentro... Agora lembrei-me do Volodymyr Zelensky…

Deve ser por se mostrar assim, como os sonhos acabados de fritar. Intrépido, mas afável e fraterno.

 

Ingredientes

- 250 g de farinha
- 1 colher de chá de fermento
- 500 ml de água
- 1 casca de laranja ou limão
- 6 ovos médios
- 1 colher de sopa de manteiga
- 1 colher de chá de sal

 

Preparação

Coloque a água num tacho, assim como a manteiga e o sal, e leve ao lume até a manteiga derreter completamente.

De seguida, junte a casca de limão ou laranja ao tacho e deixe ferver. Retire-a passados cinco minutos.

Coloque o fermento na tigela da farinha e coloque-a no tacho, mexendo sempre até ser formada uma pasta espessa que não agarre ao tacho. Desligue o fogão. Coloque a massa numa superfície lisa e amasse-a com as mãos. De seguida, deixe repousar a massa durante cerca de 20 minutos até arrefecer.

Quando estiver fria, junte à massa o primeiro ovo e envolva bem. Repita este processo com os restantes ovos.

Coloque uma fritadeira ao lume com óleo vegetal e, quando este estiver a ferver, forme os sonhos com a ajuda de duas colheres, para lhes dar a forma de bolas e para as colocar no óleo. Tenha o cuidado de colocar na fritadeira não mais de cinco a seis sonhos de cada vez, para terem espaço e consigam sonhar (ou seja, rodar). 

Recomendo vivamente que o óleo seja novo, para que o sabor dos sonhos seja ainda melhor.

Quando estes estiverem com uma cor dourada, retire-os para escorrer o óleo. Espere cerca de 10 minutos e envolva-os em açúcar e canela. É importante que aguarde, para que permaneçam redondos e não abatam.

Deliciem-se, pela vossa saúde!

Como diz o outro, o Natal está à porta!


Miguel Mósca Nunes

27.02.22

Quando em Portugal continuamos a ver políticos corruptos a servirem-se da sua condição para colocarem os seus interesses pessoais à frente dos interesses do país e que se mantêm impunes pelos roubos sucessivos ao erário público, quando assistimos diariamente a manifestações e sinais de que continuamos a ser um país de doutores e engenheiros, uma cambada de gente retrógrada que só dá valor aos títulos e designações académicas, cumprindo uma tradição endémica e nobiliárquica que protegia, acima de tudo, os seus títulos e condição, quando vemos constantemente cadeiras vagas na Assembleia da República, quando ainda continuamos a ter secretárias para servir cafés em reuniões, porque com toda a certeza nos cairão os parentes na lama se o fizermos, na Ucrânia há um presidente que vai para o teatro de guerra, um presidente da câmara que não arreda pé e que diz que vai lutar até ao fim e um deputado armado a percorrer as ruas da cidade.

A imagem que impregna a minha imaginação é a de uma deserção total da classe política, que classe não tem nenhuma, caso a guerra acontecesse aqui, neste rectângulo ibérico.

 


Miguel Mósca Nunes

24.02.22

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Estamos perante um dia negro na História recente da Humanidade, que de humanidade nada tem. Somos a pior espécie que habita este planeta!

Nunca deveriamos ter reunido condições para evoluir até sermos Sapiens Sapiens. Talvez, se tivessemos ficado pelo Homo Sapiens Idalto, não possuíssemos a natureza que nos caracteriza. Somos asquerosos, mesquinhos, vis. Somos arrogantemente idiotas quando temos poder. Somos parceiros no mal. Carcereiros de nós próprios.

O Holocausto terminou com a libertação dos campos de concentração há 77 anos e não aprendemos nada. Faço-vos aqui uma confissão: nunca acreditei, verdadeiramente, que alguma vez conseguissemos evoluir e distanciarmo-nos do que nos levou àquele horror, sobretudo porque não somos empáticos, solidários, irmãos!

Assisto a isto todos os dias, nas pessoas que se atravessam no meu caminho. Consigo sentir a mediocridade, a insolência, a presunção, a ostentação, a avareza, o ridículo abuso do poderzinho. Sobretudo, a falta de inteligência.

E é tudo isto que está no espírito deste idiota que começa agora uma guerra.

Lamentável mas real, infelizmente.

 

 

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