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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

15.06.23

cnn.jfif

Uma pergunta, meus queridos: que razão assiste à Câmara Municipal de Lisboa, e que argumento religioso a pode apoiar, para que se gaste mais de 36 milhões de euros nas faladíssimas Jornadas da Juventude, quando o que é necessário é erradicar a pobreza da cidade de Lisboa?

Estamos a falar de gente que dorme ao relento, de gente que está aflita devido ao aumento das rendas, de gente que precisa de se alimentar e de ter condições básicas de vida.

Tudo isto faz gritar a indecência e a falta de humanidade, aos olhos de todos, sem que se faça alguma coisa para contrariar este caminho de atropelo das prioridades. O que interessa são os interesses económicos, argumento utilizado sem qualquer noção do que está a dizer, pelo presidente da Câmara, para justificar o injustificável: disse este provecto e eloquente senhor que o retorno financeiro deste evento será muito significativo e importante porque vai trazer mais turistas e mais investimento, esquecendo que seria muito melhor que os turistas que tanto preza não vissem gente a mendigar e a dormir na rua.

O retorno financeiro da ausência de pobreza, já que este excelso senhor olha só através de binóculos economicistas, seria muito maior! Não há publicidade mais eficaz do que a de uma cidade que cuida dos seus e que cria excelentes condições de vida. Mas valores mais altos se levantam, guardados, talvez, em sacos azuis.

Que mistério é este, que leva a que seja tão difícil canalizar fundos para situações de carência e tão fácil para eventos religiosos que não mudarão as vidas da maioria das pessoas que neles participam?

Um mistério de Deus? Não é de Deus, com certeza!


Miguel Mósca Nunes

27.01.23

Nos últimos dias só se fala do altar, que irá ser construído para receber o Papa Francisco.

Não seria uma questão tão debatida se não fosse o custo da obra, que, vá-se lá saber porque razão, veio ao conhecimento público. Sabe-se agora que os custos ultrapassarão em muito os deste altar, que é só a ponta de uma despesa muito dificilmente justificável, quando existem tantos sectores a necessitar de investimento, como o da saúde, o da educação e o da cultura.

Está à vista de todos que os nossos políticos e governantes só se preocupam com uma coisa: a ardilosa maneira de subverter a utilização dos dinheiros públicos, desviados para finalidades futeis, que não resolvem os problemas reais da população (que, para esta gente, não têm tanta importância quanto a recepção ao Papa). O argumentário que utilizam para o efeito é escancaradamente desprovido de fundamento.

As indemnizações milionárias da TAP, as PPP, os estádios de futebol, os computadores Magalhães, o Freeport, e tantas outras despesas, só serviram para justificar o enriquecimento de empreiteiros, fornecedores e políticos envolvidos em negociatas que prejudicam gravemente a democracia. Negociatas que comprometem a gestão dos fundos públicos, porque deixam de ser utilizados na prossecução das políticas delineadas pelos governantes e votadas pelos contribuintes.

O altar de que tanto se fala é tão só a representação da vergonha a que se assiste, há anos, neste nosso pardieiro.


Miguel Mósca Nunes

18.02.22

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Esta semana tem sido particularmente estranha mas ao mesmo tempo esclarecedora, com notícias sobre violência doméstica num programa de grande audiência na televisão nacional e com a divulgação de um estudo financiado pela Gulbenkian e elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, concluindo que, em 2020, 61% dos inquiridos não leu um livro sequer, e que 90% ligam a TV todos os dias. Como factores principais para esta realidade, o estudo aponta a idade, o rendimento mensal e o grau de escolaridade.

O factor económico é, julgo eu, a principal razão para o afastamento dos portugueses dos livros, dos teatros, dos concertos e de outras manifestações culturais e não a de sermos uma cambada de acéfalos, sem opinião ou critérios, para quem basta ser entretido. Não será necessário dissertar sobre as consequências redutoras e empobrecedoras a vários níveis e a longo prazo, se a televisão continuar a ser só entretenimento. É mais fácil do que somar um mais um. O que nos vai safando é a nossa RTP 2.

Mas, meus queridos, como é mais provavel haver dinheiro para fazer um pudim do que para ir ao teatro, desta vez trago-vos uma receita que faz as delícias cá de casa, principamente dos meus filhos, que adoram esta simples, contudo magnífica, sobremesa.

 

Ingredientes

  • 2 ovos inteiros
  • 4 gemas
  • 1 lata de leite condensado (395g)
  • 450 ml de leite gordo
  • 200 g de açúcar e 200ml de água, para o caramelo

Nota: pode aromatizar com baunilha (essência).

Preparação

Leve ao lume o açúcar e a água e deixe ferver, sem mexer, até chegar à cor âmbar para um caramelo no ponto (não deixe escurecer para não correr o risco de queimar). Verta este preparado numa forma para pudim, cobrindo o fundo e as laterais. Nesta operação deverá utilizar luvas para não queimar as mãos.

Enquanto a forma arrefece, comece por ligar as gemas e os ovos inteiros, com o auxílio de uma colher (não utilize vara de arames para não incorporar ar). Noutro recipiente misture o leite gordo e o condensado. A esta mistura juntam-se os ovos, passando-os por um passador de rede fina. Mais uma vez utiliza-se uma colher, ou mesmo um salazar, para ligar.

Finalmente, verta a mistura para a forma, passando-a novamente pelo passador, e leve ao forno pré-aquecido a 160º, em banho-maria, durante uma hora e quinze minutos. Confirme se o pudim está no ponto ao inserir uma faca que deverá sair limpa. Deixe arrefecer e leve ao frio por quatro horas antes de desenformar.

Dica: ferva a água numa chaleira antes de a verter para o banho-maria, caso contrário é provável que tenha de aumentar o tempo de cozedura em cerca de vinte minutos. 

O segredo da textura uniforme deste pudim tem, definitivamente, que ver com estes passos fundamentais: a utilização de colher para misturar e o passador de rede fina. Nunca utilize varas de arames e muito menos um liquidificador.

Deliciem-se!

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