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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

10.10.22

 

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Através deste livro, transposto para o cinema, chega-nos uma história muito bem escrita por Kathryn Stockett, sobre a discriminação racial nos Estados Unidos, na década de 60 do século XX.

A obra vai muito para além do simples relato de acontecimentos, dando corpo a um romance com personagens fictícias baseadas em pessoas reais, como a empregada negra que a autora teve quando criança, a viver no Estado do Mississipi, um dos estados sulistas onde a segregação racial mais se fazia sentir na altura.

Mantém um registo sério mas hilariante, humano e rigoroso na descrição dos costumes da época, e é sublime na demonstração da futilidade e das aparências a mascarar uma maldade profundamente enraizada na sociedade americana, que ainda hoje não desapareceu. Mestre na progressão das suas personagens ao longo da narrativa, a autora vai desenrolando cada capítulo com uma densidade psicológica suficientes para arrebatar o leitor até ao final do livro.

Uma nota para a esperança que deposita no carácter e na bondade do Homem, e nos valores da igualdade, da solidariedade e da amizade, nomeadamente através das personagens de Aibileen Clark, Minny Jackson e Eugenia Phelan (Skeeter), e para o suspense criado pela reserva, quase até ao final, das consequências negativas para a mesquinha e oca Hilly Holbrook, de que os leitores estão à espera quase desde o momento em que a conhecem, logo no início da história.

Detenham-se na deliciosa cena da tarte, e no que tem de determinante para toda a trama. Inesquecível!


Miguel Mósca Nunes

08.03.22

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Porque será? Será que é mero capricho, um aferro oco, sem sentido e sem razão de peso?

Não, meus caros. Eu adoro o Natal porque é uma época de reencontro. É onde eu radico a minha esperança e a certeza de que, apesar de todas as dificuldades e contrariedades, o que mais importa são as pessoas e a bondade.

No Natal consolo-me com os sonhos, as rabanadas, o Abade de Priscos, os chocolates. Regozijo-me ao ver os meus mais queridos aconchegados no sofá, a ver o Polar Express, com mantas nos joelhos. Delicio-me com o cheiro a cabrito assado, com a árvore a abarrotar de decorações, da qual sou guardião por causa da gata, com o presépio e com a grinalda que coloco em cima do alçado do aparador ou da lareira.

Mas é mais do que isto! Sou completamente apanhado pelo Natal por causa da magia que me faz esquecer, por semanas, a merda de humanos que somos, as atrocidades que se vão cometendo todos os dias, o fel da maldade que esguicha por todo o lado, a falta de empatia, as desigualdades, a mesquinhez e a crueldade. Não é uma época de redenção, porque os pecados continuam, persistentes. Mas é um reencontro amnésico com a minha infância. É no Natal que eu tenho a desculpa de voltar a ser o que sempre fui.

Vamos ver se no próximo consigo regressar à essência… com tanta carga de vilania e sordidez que o ano já leva, será que vai ser difícil sentir o Espírito Natalício?

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