Miguel Mósca Nunes
07.09.21
Hoje, mais do que em qualquer outra altura, é preciso dizer não ao Mal. O Mal que persiste em revelar-se na segregação, no repúdio do diferente, na crítica ao que está fora da nossa baliza de crenças, princípios, valores, opiniões.
Desde o 25 de Abril não evoluímos grande coisa, 47 anos de pouca aprendizagem e progressão. As mentalidades continuam pequeninas, a achar que um emprego no supermercado ou a lavar escadas é para gente rasca, e que só se é alguém com um curso superior e um cargo público. O atraso é tal que continuamos a utilizar o Dr. e o Eng.º como prova de que temos nível, estirpe, linhagem. Isto é para gargalhar bem alto! Lutamos pelo título como cão por osso, ao ponto de discutirmos com quem não se nos dirija dessa forma. Altivos, fúteis, mesquinhos, a desfilar carros, roupa, joias, e a publicar fotos de férias no facebook e no instagram.
Para não falar no racismo, idadismo, homofobia, transfobia, ciganofobia, e em tantas outras formas de discriminação. Só porque se é diferente. Destilam-se ódios e críticas nas redes sociais, só porque sim. Haja paciência para tanto imbecil.
O Matay dizia, há dias numa entrevista ao Goucha, que daqui a 50 anos estamos na mesma. Se assim for, que grande merda!
Estamos a precisar, mais do que nunca, de empatia, e de espalhar Amor.
Eu tenho um sonho: que daqui a 50 anos esteja tudo diferente!