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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

26.10.24

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A melhor época do ano está a chegar. É, sobretudo, mais uma oportunidade para celebrar o Amor.

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes, in 'Antologia Poética'

 


Miguel Mósca Nunes

07.08.23

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Esta é uma receita deliciosa para apresentar, por exemplo, na véspera de Natal (risos e gargalhadas, sininhos, o Bing Crosby a cantar "It's Beginning To Look A Lot Like Christmas" e a gata a subir para a árvore), cujo nome é inspirado na região montanhosa do sudeste da Alemanha. Também é um excelente bolo de aniversário, rico, cheio de sabores e contrastes porque tem álcool, chocolate preto e um doce chantilly.

"Ai que o bolo não é apropriado para criancinhas, tenho a casa cheia de seres gritantes a pular por todo o lado, o que é que eu faço?!"... paciência! Quando muito, deixam de pular por umas horas. Não estamos a falar de Xanax ou de Lexotan, não é verdade?

Aproveitem e deliciem-se!

 

Ingredientes

Chantilly

600 ml de natas
100 g de açúcar em pó
4 folhas e meia de gelatina (para dar consistência)
20 ml de essência de baunilha

 

Recheio de ginjas e mistura de rum

1 frasco de cerejas ou ginjas em calda com aproximadamente 700 g, descaroçadas (utilize 125 ml da calda e deixe a restante no frasco)
200 g de açúcar
80g de amido de milho
40 g de açúcar e 100 ml de rum (para juntar à calda que sobra)

 

Massa

4 ovos
250 g de açúcar
180 ml de óleo vegetal
120 ml de água quente
40 g de cacau em pó
180 g de farinha
40 g de amido de milho
10 g de fermento em pó
5 g de bicarbonato de sódio
5 g de sal

 

Preparação

Começe pelo recheio, colocando 125 ml da calda, as ginjas, o açúcar e o amido ao lume, num tacho, até engrossar. Reserve para arrefecer e coloque no frio. À calda que sobrou, junte 40 g de açúcar e 100 ml de rum, feche o frasco com a respectiva tampa e coloque também no frio.

Entretanto, prepare o bolo, juntando os ovos, o açúcar, o óleo, o cacau e a água quente. Misture tudo com uma varinha ou num copo misturador, por um ou dois minutos. Junte a farinha, o amido, o sal, o fermento e o bicarbonato e misture novamente até incorporar. Leve ao forno pré-aquecido a 180º, em duas formas untadas e enfarinhadas (de preferência com papel vegetal no fundo), por 40 minutos. Desenforme e deixe arreferer.

Quando o bolo estiver à temperatura ambiente, e o recheio de cerejas e a mistura do rum estiverem bem frios, prepare o chantilly. Coloque as folhas de gelatina em água fria, até amolecerem, e reserve cerca de 20 ml de natas num recipiente.

Bata as natas bem frias em alta velocidade, e vá juntando o açúcar em pó e a essência de baunilha, parando de bater quando estiverem bem consistentes. Escorra muito bem as folhas de gelatina, leve os tais 20 ml de natas ao micro-ondas para aquecer e junte a gelatina, mexendo para dissolver. Incorpore a gelatina no chantilly, batendo novamente para incorporar. Reserve no frio.

Divida os dois bolos em duas partes e monte o conjunto, dispondo uma primeira parte no prato, regando-a com a mistura do rum, e espalhando uma camada de chantilly e outra de recheio de ginjas. Repita o processo, até colocar a quarta parte de bolo, que também deverá ser regada. Cubra toda a superfície do bolo com chantilly e decore com raspas de chocolate preto, a gosto.

Coloque o bolo finalizado no frio, e espere umas horas até servir.

À primeira garfada, vai desejar estar perdido numa qualquer floresta alemã, longe, bem longe das preocupações e tarefas infindáveis do dia-a-dia.


Miguel Mósca Nunes

23.12.22

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Um bom conto de Natal seria aquele que erradicasse toda a maldade do paneta, todos os abandonos, todas as agressões, toda a infelicidade.

Um bom conto de Natal seria aquele que tivesse o condão de transformar toda a miséria em abundância.

Tudo o que conhecemos transformar-se-ía num paraíso de fraternidade, de boa comida, boa saúde, pleno emprego, satisfação, encontro com a essência do outro.

Um mundo em que uma manta quentinha pudesse cobrir todos os joelhos, junto a uma mesa com biscoitos e chá, num ambiente aquecido por uma vibrante lareira.

Um mundo sem Putins.

Um mundo sem sofrimento, sem ódio, sem racismo e segregação, sem homofobia, sem preconceito.

Um mundo só de Amor.

 

Feliz Natal!


Miguel Mósca Nunes

19.12.22

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Que este Natal seja de reencontro com familiares e amigos que não vemos há muito.

Para que olhemos para os outros com compaixão.

Para que não tenhamos gente a dormir ao relento e ao frio.

Para que não ignoremos quem nos interpela na rua, a pedir dinheiro.

Para que nenhuma criança sinta rejeição, preconceito ou racismo.

Lembrei-me de certas pessoas que nos marcam profundamente e, sem sequer saberem, determinam o nosso futuro. Algumas dessas pessoas são amigos, médicos, professores.

Por falar em professores, a escola deveria ser um local de acolhimento, compreensão, motivação e de estímulo. Lembro-me da minha professora do primeiro ao quarto ano, que nunca deveria ter exercido esta profissão, de tão austera, ditatorial e insensível que era. Enebriada e empedernida pela doutrina do Estado Novo, aplicava sobre os alunos uma disciplina baseada no medo e no castigo psicológico e físico. Cruel, vil, mesquinha e sem um pingo de benevolência e bondade, não tinha qualquer talento para lidar com crianças. Uma tirana.

Lembro-me da minha professora de português do 11º ano, que foi uma inspiração. Uma das melhores, senão a melhor professora com quem tive o privilégio de aprender. Deixava tudo nas aulas, com dedicação e enorme paixão.

E é com paixão que devemos viver e espalhar alegria.

Feliz Natal!


Miguel Mósca Nunes

06.12.22

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Esta torta maravilhosa é excelente para fazer parte da mesa de Natal. Uma torta saborosa, com um intenso aroma a laranja, requintada e com uma textura suave, vai enriquecer a lista de doçaria para a consoada.

O Marco tem aqui um ex-líbris das suas receitas, que me faz lembrar as noites de Natal da minha adolescência, quando os convidados já se tinham ido embora, e ficava a ver a programação da RTP, e a comer as iguarias dispostas numa mesa em tons de vermelho.

 

Ingredientes:

  • 500 g de açúcar
  • 50 g de farinha
  • 15 g de fermento em pó
  • 2 laranjas grandes (raspa e sumo)
  • 12 ovos

 

Preparação:

Misture o açucar, a farinha e o fermento e adicione a raspa e o sumo das laranjas. Mexa bem.

Junte depois os ovos e misture muito bem.

Forre um tabuleiro com papel vegetal e unte o papel com manteiga.

Verta o preparado na forma e leve a cozer, em banho-maria, em forno pré-aquecido a 220 graus, por, aproximadamente, 30 minutos. Sugiro que ferva a água para controlar melhor o tempo de cozedura.

Retire do forno, desenforme para uma superfície forrada a papel vegetal coberto de açúcar e enrole a torta ainda quente.

 

Como estamos nesta época festiva, pode decorar a torta com apontamentos celestiais.

Delicie-se!

 


Miguel Mósca Nunes

05.12.22

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Hoje é dia de trazer a minha receita de bolo podre, que resolvi reformular para esta época festiva. Trata-se de uma variação deste maravilhoso bolo, desta vez a acentuar os sabores natalícios, tipicamente portugueses.

É muito idêntica à receita que já apresentei por aqui, no dia 12 de Janeiro de 2022, mas, à mesma base cremosa, junta-se uma trilogia composta de canela, mel e limão, num delicioso cântico de sabores.

Este hino celestial é aprimorado pelo vinho do Porto.

 

Ingredientes:

  • 6 ovos inteiros
  • 250 g de farinha
  • 200 g de açúcar amarelo
  • 250 ml de azeite
  • 150 ml de mel
  • 1 colher de sobremesa de fermento
  • 1 colher de sopa de canela
  • raspa da casca de um limão
  • 60 ml de vinho do Porto
  • 1 colher de chá de sal

 

Preparação:

  • Bater os ovos com o açúcar até clarear.
  • Juntar o azeite, o vinho do Porto, o mel e bater até misturar.
  • Juntar a canela, a raspa do limão e a farinha ( já com o fermento incorporado), e misturar bem. Nesta massa não há inconveniente em bater bem a farinha devido ao azeite presente na receita.
  • Levar ao forno pré-aquecido a 180º, por trinta minutos ou até que um palito inserido no centro da massa seja retirado limpo, em forma rectangular ou quadrada, a que se deu untura e polvilhou.
  • Desenformar depois de arrefecido.

 

Deliciem-se com este bolo natalício saboroso, fofo, aveludado e húmido.

Feliz Natal!


Miguel Mósca Nunes

03.12.22

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Caros leitores,

Porque estamos no Natal, trago-vos um livro sobre o espírito desta época. Trata-se de uma história sobre o infortúnio, a perda dos nossos entes queridos, mas também sobre a esperança e a forma como recuperamos dessa perda, com todas as resignificações e ajustes. É um livro sobre os valores e princípios que devem prevalecer para que permaneçamos boas pessoas, sobre o sacrifício dos pais e a luta que travam todos os dias para que os filhos estejam seguros e de boa saúde. Fala, sobretudo, sobre o amor. Sobre a esperança num mundo bem melhor, em que estejamos com os corações cheios de bem-querer. E sobre a redenção e o que ela pode fazer na vida de cada um de nós.

Glenn Beck, envolve-nos numa história comovente sobre um garoto que perde o pai, e que luta para sobreviver a essa terrível experiência, sem que a mágoa e o rancor o destruam. Garanto-vos que irão ler o livro de uma assentada. E, como o autor nos diz, “o melhor presente é qualquer presente oferecido com amor.”

Boas Festas!


Miguel Mósca Nunes

02.12.22

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Volto a escrever por aqui, depois de uma semana de reflexão, após um acidente de viação que me deixou muito em baixo. Felizmente, não houve danos físicos. A vida continua e temos de nos reerguer e reinventar. Não nos podemos deixar abater.

A vida é generosa, apesar de, muitas vezes, não conseguirmos ver as bênçãos que temos e os sinais de que tudo está bem e de como somos protegidos.

Tudo o que nos acontece tem, aparentemente, um sentido ou significado - um propósito. Eu acredito nisto. E sei que, mais cedo, ou lá mais para a frente, irei perceber a razão de ser de certos acontecimentos. 

Estamos no Natal, e tenho de recorrer àquilo que demonstro desde sempre, que é a profunda satisfação de saber que me vou encontrar com a minha essência.

E tenho de agradecer. A gratidão apazigua-nos, substitui a amargura e o negativismo que pode tentar a sua sorte no açambarcamento da nossa alma.

“O navio da minha vida pode, ou não, estar navegando por mares calmos e tranquilos. Os dias desafiadores da minha existência podem, ou não, ser brilhantes e promissores. Em dias tempestuosos ou ensolarados, em noites gloriosas ou solitárias, mantenho uma atitude de gratidão. Se insisto em ser pessimista, há sempre o amanhã. Hoje eu sou abençoada”. - Maya Angelou.

Feliz Natal!


Miguel Mósca Nunes

09.11.22

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Sim, já cheira a Natal!

Cá em casa há aroma a canela e erva-doce, das duas fornadas de broas dos últimos dias. Mas o mais importante é o Espírito de Natal, que eu espero vir a sentir este ano. Quero sentir a calma, o apaziguamento, o entregar os pontos, um sentimento que me preenchia todos os anos e que, nos últmos anos, tem andado ausente.

Quero sentir que, apesar de todos os contratempos, de todo o rebuliço, de toda a azáfama, o que é mesmo importante é o Amor, são as pessoas que amamos e a marca que nelas deixamos.

O Natal é uma época de partilha, em que abrimos os nossos corações.

 


Miguel Mósca Nunes

22.03.22

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Esta é uma receita que pode utilizar durante todo o ano, mas que lhe dará muito jeito no Natal, se quiser fazer as figuras tradicionais da época, cortando a massa com as formas adequadas.

Sempre o Natal a saltitar nos meus pensamentos, já sabem porque razão.

 

Ingredientes

100 g de manteiga sem sal

250 g de farinha

100 g de açúcar

1 ovo

1 colher de chá de sal fino

Açúcar em pó q.b.

 

Preparação

Com a batedeira, misture bem o açúcar com a manteiga e adicione o ovo até obter um creme fofo.

Junte a farinha e o sal de uma só vez e incorpore até ficar uma massa uniforme. Estenda a massa com um rolo de cozinha para atingir uma espessura de aproximadamente meio centímetro.

Corte a massa com várias formas, que podem ser as tais... natalícias, e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus, por 10 a 15 minutos.

Polvilhe-as com o açúcar em pó ou decore de outra forma. Pode, por exemplo, mergulhá-las em chocolate derretido.

Os loucos por bolachas deliciar-se-ão com o sabor da manteiga.

 

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