Miguel Mósca Nunes
29.05.23
Este prato já foi servido várias vezes, fétido, mas, ao contrário do que seria normal, por mais podre que a galamba esteja, ninguem a manda para trás, não chama o cozinheiro, nem sequer escreve no livro de reclamações.
O histórico deste estimável actor da cena política nacional é, no mínimo, de fazer comichão no nariz de gente de bem, atenta e perspicaz, que numa primeira vez se deixaria enganar, mas que à segunda já não, e muito menos à terceira.
Este Galamba que, quando o rei (Sócrates) andava em estado de graça, o bajulava, e até lhe reencaminhou um SMS de aviso sobre a Operação Marquês. O mesmo Galamba que o rejeitou quando caiu em desgraça.
Não deixa de ser extraordinária, a conferência de imprensa dada a propósito, uma espécie de oração a Nossa Senhora dos Aflitos, para ver se se conseguiria mitigar a tempestade que viria por aí, e antecipar o que o ex-adjunto poderia fazer nos dias que se seguiriam. Não deixa de ser, igualmente, extraodrinária, a presunção de que esta fantochada poderia enganar a opinião pública.
Os cheiro a podre da galamba, indício claro de que estava estragada, já vem de trás... não falando na fase socrática, vem desde aquela famosa e tumultuosa entrevista, competentemente conduzida por Sandra Felgueiras (que no final, curiosamente, lhe pergunta se acha que tem condições para continuar à frente da Secretaria de Estado da Energia), quando escolheu não levar em conta indícios de corrupção.
Nunca soube de nada, não ouviu nada, e continua em funções, num redemoinho de intrigas e falácias. O que sobra disto tudo é a má-gestão dos dinheiros públicos e o descaramento de se manter este indivíduo em funções.
O governo é daqueles restaurantes que serve, sucessivamente, mariscadas estragadas... e não despede o cozinheiro!