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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

21.02.22

Só neste país... Só neste país é necessário entrar num reality show para tentar reabilitar a carreira, contornar a precariedade, manter-se à tona. Um país que não merece os artistas que tem, talentosíssimos e de uma preserverança sobre-humana.

Quando noutros países os actores, cantores e humoristas, vão somando conquistas e novos projectos, os desgraçados dos portugueses vão desejando convites para participar em programas de dança ou para passar uns valentes meses enfiados na casa mais vigiada do país. Sou só eu que vejo o desvio às vocações desta gente? O desperdício de energia? O caminho tortuoso que muitas vezes não leva a lado nenhum? Uma tremenda injustiça?

Podemos pensar que é trabalho, que é um investimento para que o futuro possa ser melhor, para que haja mais visibilidade, para que novos projectos possam chegar. Ainda há quem acredite? Os repetentes nestes formatos (tantos que, passados anos, voltam a cair no ardil - a única diferença é que estão mais velhos) não serão a evidência de que isto tudo não passa de uma grande trituradora que os esgota, com muito poucas excepções à regra?

Vale a pena pensar nisto…


Miguel Mósca Nunes

18.02.22

IMG_20220827_124616_332.jpg

Esta semana tem sido particularmente estranha mas ao mesmo tempo esclarecedora, com notícias sobre violência doméstica num programa de grande audiência na televisão nacional e com a divulgação de um estudo financiado pela Gulbenkian e elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, concluindo que, em 2020, 61% dos inquiridos não leu um livro sequer, e que 90% ligam a TV todos os dias. Como factores principais para esta realidade, o estudo aponta a idade, o rendimento mensal e o grau de escolaridade.

O factor económico é, julgo eu, a principal razão para o afastamento dos portugueses dos livros, dos teatros, dos concertos e de outras manifestações culturais e não a de sermos uma cambada de acéfalos, sem opinião ou critérios, para quem basta ser entretido. Não será necessário dissertar sobre as consequências redutoras e empobrecedoras a vários níveis e a longo prazo, se a televisão continuar a ser só entretenimento. É mais fácil do que somar um mais um. O que nos vai safando é a nossa RTP 2.

Mas, meus queridos, como é mais provavel haver dinheiro para fazer um pudim do que para ir ao teatro, desta vez trago-vos uma receita que faz as delícias cá de casa, principamente dos meus filhos, que adoram esta simples, contudo magnífica, sobremesa.

 

Ingredientes

  • 2 ovos inteiros
  • 4 gemas
  • 1 lata de leite condensado (395g)
  • 450 ml de leite gordo
  • 200 g de açúcar e 200ml de água, para o caramelo

Nota: pode aromatizar com baunilha (essência).

Preparação

Leve ao lume o açúcar e a água e deixe ferver, sem mexer, até chegar à cor âmbar para um caramelo no ponto (não deixe escurecer para não correr o risco de queimar). Verta este preparado numa forma para pudim, cobrindo o fundo e as laterais. Nesta operação deverá utilizar luvas para não queimar as mãos.

Enquanto a forma arrefece, comece por ligar as gemas e os ovos inteiros, com o auxílio de uma colher (não utilize vara de arames para não incorporar ar). Noutro recipiente misture o leite gordo e o condensado. A esta mistura juntam-se os ovos, passando-os por um passador de rede fina. Mais uma vez utiliza-se uma colher, ou mesmo um salazar, para ligar.

Finalmente, verta a mistura para a forma, passando-a novamente pelo passador, e leve ao forno pré-aquecido a 160º, em banho-maria, durante uma hora e quinze minutos. Confirme se o pudim está no ponto ao inserir uma faca que deverá sair limpa. Deixe arrefecer e leve ao frio por quatro horas antes de desenformar.

Dica: ferva a água numa chaleira antes de a verter para o banho-maria, caso contrário é provável que tenha de aumentar o tempo de cozedura em cerca de vinte minutos. 

O segredo da textura uniforme deste pudim tem, definitivamente, que ver com estes passos fundamentais: a utilização de colher para misturar e o passador de rede fina. Nunca utilize varas de arames e muito menos um liquidificador.

Deliciem-se!

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