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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

23.03.22

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Trago-vos uma sobremesa que surpreende sempre, mesmo que já a tenhamos provado mil vezes. Uma pavlova.

Não se sabe muito bem a sua origem, embora tenha lido na Wikipédia que foi inventada depois de uma viagem de Anna Pavlova, bailarina russa, à Austrália e Nova Zelândia. Sinceramente, a origem da iguaria não me interessa nada. O que interesa é que a combinação do merengue, do chantilly e dos frutos vermelhos é de nos deixar nas nuvens… ou no paraíso, se quiserem.

Aparenta ter uma preparação muito complicada, mas é, na verdade, muito simples.

 

Ingredientes

Para a base

  • 6 claras de ovo
  • 400 g de açúcar fino
  • 4 colheres de chá de amido de milho
  • 2 colheres de sobremesa de vinagre de vinho branco ou sumo de limão
  • 1 colher de chá de essência de baunilha

 

Para a cobertura

  • 200 ml de natas frescas para bater (35% de matéria gorda)
  • 60 g de açúcar fino
  • Frutos vermelhos frescos

 

Preparação

Bata as claras até começar a formar picos brancos como a neve, e comece a juntar gradualmente o açúcar. Bata até não sentir qualquer granulado entre os dedos.

Junte a baunilha, o vinagre ou o sumo de limão e misture. Finalmente, junte o amido e misture até incorporar.

Num tabuleiro coberto por uma folha de papel vegetal, disponha o merengue num círculo com um diâmetro de 20 cm e uma altura de 5 centímetros, aproximadamente (imagine um bolo redondo - é esse formato que deve dar ao merengue). Este processo é facilitado se utilizar um salazar ou uma espátula.

Leve ao forno pré-aquecido a 180º, que se baixa para 150º passados cinco minutos. Ao fim de uma hora, desligue e deixe arrefecer no forno entreaberto com a ajuda de uma colher de pau (segure a colher com a porta do forno) por, pelo menos, meia hora.

Coloque a pavlova num prato e leve ao frio.

Prepare o chantilly, batendo as natas bem frias, e vá incorporando aos poucos o açúcar.

Finalize com os frutos vermelhos e delicie-se com esta maravilha!

Nota: pode escolher cobrir a base de merengue com curd de limão e amendoas laminadas. Experimente!

 


Miguel Mósca Nunes

18.02.22

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Esta semana tem sido particularmente estranha mas ao mesmo tempo esclarecedora, com notícias sobre violência doméstica num programa de grande audiência na televisão nacional e com a divulgação de um estudo financiado pela Gulbenkian e elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, concluindo que, em 2020, 61% dos inquiridos não leu um livro sequer, e que 90% ligam a TV todos os dias. Como factores principais para esta realidade, o estudo aponta a idade, o rendimento mensal e o grau de escolaridade.

O factor económico é, julgo eu, a principal razão para o afastamento dos portugueses dos livros, dos teatros, dos concertos e de outras manifestações culturais e não a de sermos uma cambada de acéfalos, sem opinião ou critérios, para quem basta ser entretido. Não será necessário dissertar sobre as consequências redutoras e empobrecedoras a vários níveis e a longo prazo, se a televisão continuar a ser só entretenimento. É mais fácil do que somar um mais um. O que nos vai safando é a nossa RTP 2.

Mas, meus queridos, como é mais provavel haver dinheiro para fazer um pudim do que para ir ao teatro, desta vez trago-vos uma receita que faz as delícias cá de casa, principamente dos meus filhos, que adoram esta simples, contudo magnífica, sobremesa.

 

Ingredientes

  • 2 ovos inteiros
  • 4 gemas
  • 1 lata de leite condensado (395g)
  • 450 ml de leite gordo
  • 200 g de açúcar e 200ml de água, para o caramelo

Nota: pode aromatizar com baunilha (essência).

Preparação

Leve ao lume o açúcar e a água e deixe ferver, sem mexer, até chegar à cor âmbar para um caramelo no ponto (não deixe escurecer para não correr o risco de queimar). Verta este preparado numa forma para pudim, cobrindo o fundo e as laterais. Nesta operação deverá utilizar luvas para não queimar as mãos.

Enquanto a forma arrefece, comece por ligar as gemas e os ovos inteiros, com o auxílio de uma colher (não utilize vara de arames para não incorporar ar). Noutro recipiente misture o leite gordo e o condensado. A esta mistura juntam-se os ovos, passando-os por um passador de rede fina. Mais uma vez utiliza-se uma colher, ou mesmo um salazar, para ligar.

Finalmente, verta a mistura para a forma, passando-a novamente pelo passador, e leve ao forno pré-aquecido a 160º, em banho-maria, durante uma hora e quinze minutos. Confirme se o pudim está no ponto ao inserir uma faca que deverá sair limpa. Deixe arrefecer e leve ao frio por quatro horas antes de desenformar.

Dica: ferva a água numa chaleira antes de a verter para o banho-maria, caso contrário é provável que tenha de aumentar o tempo de cozedura em cerca de vinte minutos. 

O segredo da textura uniforme deste pudim tem, definitivamente, que ver com estes passos fundamentais: a utilização de colher para misturar e o passador de rede fina. Nunca utilize varas de arames e muito menos um liquidificador.

Deliciem-se!

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