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Lately

Histórias, opiniões, desabafos, receitas...

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Histórias, opiniões, desabafos, receitas...


Miguel Mósca Nunes

21.03.22

Quando oiço falar em tolerância e aceitação fico logo irritado. Estes dois conceitos partem de uma premissa de superioridade que não me agrada. Quem tolera ou aceita está a exercer um poder, assistido por uma condição privilegiada baseada na diferença. Mas que raio!

Em relação a questões de igualdade e não-discriminação, as partes estão na mesma posição e têm o mesmo valor e, portanto, não cabe aqui qualquer aceitação ou tolerância. Quem sou eu, quem somos nós, para assumirmos esta superioridade? Era só o que faltava!

O que está em causa aqui é empatia!

Enquanto mantivermos este discurso, que vai passando despercebido e vai sendo veiculado pelos meios de comunicação social e pelas redes sociais, não evoluiremos para um estado diferente.

Somos civilizados? O tanas!


Miguel Mósca Nunes

07.09.21

Hoje, mais do que em qualquer outra altura, é preciso dizer não ao Mal. O Mal que persiste em revelar-se na segregação, no repúdio do diferente, na crítica ao que está fora da nossa baliza de crenças, princípios, valores, opiniões.

Desde o 25 de Abril não evoluímos grande coisa, 47 anos de pouca aprendizagem e progressão. As mentalidades continuam pequeninas, a achar que um emprego no supermercado ou a lavar escadas é para gente rasca, e que só se é alguém com um curso superior e um cargo público. O atraso é tal que continuamos a utilizar o Dr. e o Eng.º como prova de que temos nível, estirpe, linhagem. Isto é para gargalhar bem alto! Lutamos pelo título como cão por osso, ao ponto de discutirmos com quem não se nos dirija dessa forma. Altivos, fúteis, mesquinhos, a desfilar carros, roupa, joias, e a publicar fotos de férias no facebook e no instagram.

Para não falar no racismo, idadismo, homofobia, transfobia, ciganofobia, e em tantas outras formas de discriminação. Só porque se é diferente. Destilam-se ódios e críticas nas redes sociais, só porque sim. Haja paciência para tanto imbecil.

O Matay dizia, há dias numa entrevista ao Goucha, que daqui a 50 anos estamos na mesma. Se assim for, que grande merda!

Estamos a precisar, mais do que nunca, de empatia, e de espalhar Amor.

Eu tenho um sonho: que daqui a 50 anos esteja tudo diferente!

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